sexta-feira, 31 de agosto de 2007

«Teremos ainda Portugal?»

Este artigo, escrito por um Bispo, tem a minha admiração. Pela verdade contundente, pela lucidez da análise a este país.

"O título tem um tom provocatório, mas eu vou justificar. Não digo que esteja para breve o nosso fim de país independente e livre. Mas, pelo andar da carruagem, traduzido em factos e sintomas, a doença é grave e pode levar a uma morte evitável. Aliás, já por aí não falta gente a lamentar a restauração de 1640 e a dizer que é um erro teimarmos numa península ibérica dividida. De igual modo, falar-se de identidade nacional e de valores tradicionais faz rir intelectuais da última hora e políticos de ocasião. O espaço nacional parece tornar-se mais lugar de interesses, que de ideais e compromissos.
Há notícias publicadas a que devemos prestar atenção. Por exemplo: um terço das empresas portuguesas já é pertença de estrangeiros; 60% dos casais do país têm apenas um filho; vão fechar mais cerca de mil escolas ou de mil e trezentas, como dizem outras fontes; nas provas de Língua Portuguesa dos alunos do básico, os erros de ortografia não contam; o ensino da história pouco interessa, porque o importante é olhar para a frente e não perder tempo com o passado; a natalidade continua a descer e, por este andar, depressa baterá no fundo; não há nem apoios nem estímulos do Estado para quem quer gerar novas vidas, mas não faltam para quem quiser matar vidas já geradas; a família consistente está de passagem e filhos e pais idosos já não são preocupação a ter em conta, porque mais interessa o sucesso profissional; normas e critérios para fazer novas leis têm de vir da Europa caduca, porque dela vem a luz; a emigração continua, porque a vida cá dentro para quem trabalha é cada vez mais difícil; os que estão fora negam-se a mandar divisas, por não acreditarem na segurança das mesmas; os investigadores mais jovens e de mérito reconhecido saem do país e não reentram, porque não vêem futuro aqui; a classe média vai desaparecer, dizem os técnicos da economia e da sociologia, uma vez que o inevitável é haver só ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres; os políticos ocupam-se e divertem-se com coisas de somenos; e já se diz, à boca cheia, que o tempo dos partidos passou, porque, devido às suas contradições, ninguém os toma a sério; a participação cívica do povo é cada vez mais reduzida e mais se manifesta em formas de protesto, porque os seus procuradores oficiais se arvoram, com frequência, em seus donos e donos do país e fazedores de verdades dúbias; programa-se um açaime dourado para os meios de comunicação social; isolam-se as pessoas corajosas e livres, entra-se numa linguagem duvidosa, surgem mais clubes de influência, antecipam-se medidas de satisfação e de benefício pessoal…
Não é assim, porventura, que se acelera a morte do país, quer por asfixia consciente, quer por limitação de horizontes de vida? É verdade que muitos destes problemas e de outros existentes podem dispor de várias leituras a cruzar-se na sua apreciação e solução. Mais uma razão para não serem lidos e equacionados apenas por alguns iluminados, mas que se sujeitem ao diálogo das razões e dos sentimentos, porque tudo isto conta na sua apreciação e procura de resposta.
Há muitos cidadãos normais, famílias normais, jovens normais. Muita gente viva e não contaminada por este ambiente pouco favorável à esperança. Mas terão todos ainda força para resistir e contrariar um processo doentio, de que não se vê remédio nem controle? Preocupa-me ver gente válida, mas desiludida, a cruzar os braços; povo simples a fechar a boca, quando se lhe dá por favor o que lhe pertence por justiça; jovens à deriva e alienados por interesses e emoções de momento, que lhes cortam as asas de um futuro desejável; o anedótico dos cafés e das tertúlias vazias, a sobrepor-se ao tempo da reflexão e da partilha, necessário e urgente, para salvar o essencial e romper caminhos novos indispensáveis. Se o difícil cede o lugar ao impossível e os braços caem, só ficam favorecidos aqueles a quem interessa um povo alienado ao qual basta pão e futebol…
Mas não é o compromisso de todos e a esperança activa que dão alma a um povo?"
(um artigo de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro)

Cá pra nós...


Qualquer relacionamento de qualidade, pressupõe uma tremenda facilidade e à vontade para conversar. Sobre o que quer que seja. Até porque é o “motor” que move o corpo e o desejo. Senão, enganámo-nos. Salte-se fora.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Publicidade Unicef - Contra o trabalho infantil



Ai, ai...


Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Fantástico!!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Vanessa da Mata Boa Sorte/ Good Luck - Clipe Original

Não sou de Top's mas gosto desta música...

manu chao (clandestino)

Tou sem tempo pró blogue. mas deixo uma musiquinha boa...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Forest Whitaker


Realmente este homem não está nos cânones da boniteza. No entanto, poucos discordarão tratar-se de um actor genial, com desempenhos magníficos, tornando-se por isso um homem muito interessante. Que um homem faz-se mais de alma que de corpo.

Hasta siempre!


Gosto de revolucionários, de homens com sonhos.
As músicas da minha adolescência eram as cantigas de Abril. A rádio inculcava-nos gaivotas, o povo unido, o cão raivoso… Talvez por isso a minha inclinação por trovas de intervenção e heróis vermelhos. Não resisto a Salgueiro Maia, trauteio Sérgio Godinho e imagino o Che a calcorrear as montanhas...
Gosto sempre de ouvir aquela canção que diz:
Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Vou até ali...

Digam-me lá!


Só me apetece citar o Agostinho da Silva:
"Nascemos de graça, depois passamos a vida inteira a pagar. A pagá-la. A vida. Mas isto faz algum sentido?"

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Honey, I'm home!!


Pois, bem sei que não deu pra despedidas, mas aqui estou de volta.
Nã, este blogue ainda tá vivo!
O mesmo não direi do estado deste país. Aqueles que andam distraídos com as tolices próprias da estação não se dão conta. E são tantos...