segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A voar...


2010 chega a voar. E não se pode voar a olhar para o que fica nas costas. Eu gosto de voar, aliás, mesmo sem voar eu vou. Por favor, não me perguntem o que hoje já sei. Serviria de alguma coisa sair diariamente de casa 10 minutos mais cedo? Seria diferente? Ou ter chegado à vida adulta mais cedo? Ou viver noutro país? Convenhamos, é extraordinariamente cómodo pensarmos que, em determinada altura, optámos por uma realidade desajustada, errada até. Pensarmos que existe uma realidade paralela, mais confortável, que sempre nos acompanhou sem por ela darmos. É um capricho egocêntrico imputar responsabilidades ao que não aconteceu. Partir a conta com quem não se conhece. Pois, não é assim que as coisas se fazem. Sem a nossa presença física nenhuma realidade se satisfaz. Mesmo estando é o que é. Porque ninguém salvaria um amor que tivesse de acabar, como ninguém compreenderia os seus pais se tivesse nascido antes, como ninguém seria são se guardasse memórias da dor. A realidade não multiplica mas torna uno. Passa tudo pela aceitação, contrariamente à tábua rasa. São confortáveis estes entendimentos. O aceitar das dores em pretérito ajuda-nos a diminuir-lhes a intensidade. Continua tudo possível. As possibilidades não morrem com o tempo. Está-se sempre a tempo. A viagem na felicidade ainda se pode fazer. A nossa história é uma soma de tanto. É uma soma de tudo. Quantas destas horas as passei sem ver? Um terço? Uma década então. Aguma coisa terá ficado pelo caminho, alguma coisa terei perdido. Outra ganho… não sei bem. O que não me lembro posso ainda imaginar. A memória não se contraria. O sonho é poesia. Sonhar, melhor, imaginar é treinar com vontade. E eu, bem eu sempre treinei melhor do que joguei. Feliz 2010.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Obrigatório!


Amanhã, obrigatório ver este programa, na RTP2. Sendo que esta é a última emissão do programa. Vá-se lá saber porquê...

*Fotografia "roubada" no mesmo blog, mas por uma boa causa...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Remédio


Já choveu, já orvalhou, já abriu o sol, já nublou. Fez calor e fez frio, abafei-me, despi-me, arrepiei-me e suei. Uma voragem itinerante pelo corpo, uma inquietude de desassossegos, humidade nas frestas, mãos e pés.

Há dias que só mesmo Chico.

Mar de rosas


Que bom se tudo fossem flores, se nos perguntassem se está tudo bem e respondessemos sinceramente que sim, se às vezes não fizéssemos merda, se não descontássemos a factura em quem não tem nada a ver, se não metessemos os pés pelas mãos, se não passássemos noites com insónias, não chorássemos, não nos sentíssemos sós, não tivéssemos medo, não nos achássemos incompetentes, não tivéssemos dúvidas, não cometêssemos erros, não estragássemos tudo.
Que bom se sempre víssemos tudo com clareza, soubéssemos sempre o que fazer, tivéssemos plano A e plano B, não fossemos apanhados com uma mão à frente e outra atrás, não tivéssemos stress, não mandássemos ninguém tomar nos devidos canais competentes, não culpássemos o inocente, não fizéssemos injustiças, não ficássemos chatos, nem repetitivos, nem imbecis.
Que bom se não deitássemos tudo a perder, não arriscássemos por tontice, não arranjássemos sarna pra se coçar, não fizéssemos papel de parvos, ridículos, patéticos, não fizéssemos tempestades num copo d’água, não passássemos atestado de idiotas, não caíssemos, não desistíssemos, não desperdiçássemos tempo com disparates, não tivéssemos vergonha da porcaria que se fez.
Mas quê.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hummmm....



Algo me diz que aqui os compromissos vão ficar mais uma vez adiados...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Entre mim e o mundo*


Uni pontos
Tracei linhas
Fiz gráficos.
Enfim,
Planeei a vida
Em absoluto segredo.
Anda à roda o mundo
E os meus planos perderam-se
Num remoinho de vento.
Quem sou eu?
Sou um ser
Daquilo que quis ser
E não sou.
Vivo na reminiscência.
Penso no abismo
Onde hei-de cair
Lenta e penosamente.

*Do livro Entre mim e o mundo", do meu saudoso amigo Luís Alberto Tavares da Mata, em jeito de homenagem.

domingo, 29 de novembro de 2009


Regresso. Sem pretensões a nada que não seja um prazer inefável que se deixou adormecer, cansado de um mundo real que o ladeava, circunscrevia e abafava.
Fraquejou a vontade de revelar um mundo próprio que só as palavras poderiam trazer a outras vidas que não a minha. O espírito, essa essência desconhecida, essa entidade incorpórea que nos faz acreditar na unicidade dos carácteres, deixou-se arrastar para o seu próprio âmago, para o refúgio onde visa o reencontro com o molde original. E assim se deixou estar, observando a uma distância bem medida o tal mundo real, físico, que o cercava com uma ferocidade predatória.
Não estarei mais forte do que alguma vez terei sido. Estou apenas mais ciente deste mundo, o tal que é cão. Há quem diga que só se foge do que não se conhece. Pois bem... estou mesmo de volta. Um abraço, e até já.

P.S. E neste momento preciso mesmo de aspirinas e muito, muito chá de limão...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Xiiiiiiiiiiiiii.............


Quem pensa que me afoguei naquele azul todo, desengane-se.
Impedimentos de vária ordem não me têm dado tréguas.
E é sempre estranho voltar depois de tanto tempo...
Mas volto. Sempre.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Bebedeiras de azul...

Pois é, não tenho andado por aqui...
Ando mergulhada neste azul.
Em bebedeiras deste azul. Quando recuperar, volto. Hasta!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Prenda de anos


...Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo circulo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.

Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre mais à frente
Do que o teu próprio passo...

Sophia de Mello Brayner Anderson

sexta-feira, 10 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Rabaçal em risco!!





“Se houvesse dúvidas, as imagens do projecto esclarecem que um teleférico nada tem a ver com o Rabaçal. É a expressão do novo-riquismo da pequena burguesia endémica.”
Aqui, neste blog. O assunto desenvolvido. Porque é urgente impedir mais um atentado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ética bloguista


Escrever como se ninguém lesse.
Escrever sabendo que alguém sempre lê.


- Foi assim que respondi a alguém que se questionava sobre o porquê de postar alguma coisa. Na altura fazia-me sentido. Agora duvido...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Encontros e desencontros


Já reflecti muitas vezes acerca da importância de algumas pessoas nas nossas vidas. Ainda assim, não consegui chegar a certeza nenhuma que me garanta algum significado.
Cruzamo-nos e descruzamo-nos diariamente com um sem número de pessoas. Dessas, as que se intrometem no nosso caminho não perguntam (nem respondem) se vão de passagem ou se vão acampar nas nossas vidas. Também não sabemos responder às perguntas que não temos acerca delas. Ainda gostava de um dia conseguir ter um mecanismo diferenciador (leia-se medidor) do espaço que cada uma vai ocupar em mim. Qual será o indicador que faz com que algumas permaneçam? Essas que tampouco precisam de estar fisicamente? Essas que, mesmo longe, guardamos em nós? Essas que a nós se agrafam e que sem esforço algum mantemos tatuadas na memória? Não acredito no acaso do destino, menos em encontros fortuitos. Talvez sejam perguntas sem resposta.
Talvez só assim faça sentido.
Faz mais sentido, aliás.
Faz muito mais sentido.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

10º Funchal Jazz Festival


Nos dias 2, 3 e 4 de Julho, a Madeira acolhe o "Funchal Jazz Festival" , que será o 10º Festival Internacional de Jazz organizado pela Câmara Municipal do Funchal.
Vai ter lugar no Parque de Santa Catarina, em pleno centro histórico da cidade (é ?).
Na primeira noite actuarão Vânia Fernandes, cantora madeirense, e o mestre francês que revolucionou a história do acordeão, Richard Galliano Tangaria Quartet. No dia 3 sobe ao palco Ron Carter, um dos mais respeitados contrabaixistas da actualidade, e Guida De Palma & Jazzinho, um projecto sediado em Londres. Benny Golson e Cedar Walton Quintet abrem a última noite exclusivamente com temas de sua autoria e Alejandro Luzardo y La Candombera vão fechar o evento, prolongando as últimas horas de sábado até às primeiras de domingo.
Bom mesmo era se desse pra montar tenda...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Os valores do Séc. XXI segundo Quino








Michael Jackson - Thriller

Em jeito de homenagem e porque de poeta e de louco, todos temos um pouco. Ele tinha muito, pronto.

Antipatias II


Miguel Sousa Tavares, outro senhor, que entre muitas coisas, também é escritor e que não me cai no goto. Aqueles esgares entre o snob e o desdenhoso, aquele jeito de quem é dono de todas as verdades, tira-me toda a vontade de ler seja o que for que escreva. Não leio. Acho que falta alguma (muita) humildade a estes intelectuais.
Estas "superioridades" não combinam comigo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Antipatias


Já li e gostei de alguns livros do Saramago. De outros nem tanto. O "Ensaio sobre a cegueira", não consegui acabar. Deprimente. Do que não gosto decididamente é da notória antipatia do homem. Não tem carisma nenhum. Parece que lhe cuspem na sopa todos os dias. Chiça!
Podia aproveitar a sua parecença com um cágado velho e ser mais simpático. Mas não.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Time out


O que levará algumas pessoas a esconderem-se atrás de um blog ou de um msn na procura de relações interpessoais e/ou amorosas? Terá a palavra escrita o mesmo peso da oral?
Substituirá a palavra escrita a oralidade?
A força de um olhar, a expressividade dos tons orais, os silêncios que tanto e as palavras que nada dizem, a empatia inexplicável, as mãos que falam, os ombros que denunciam, o ping-pong verbal, a conversa continuada, .....
Será alguma vez substituível?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

nina simone - my baby just cares for me

tanta gente interessante no mundo…


São várias histórias, desde a mulher de trinta anos que trabalha como taxidermista, ao senhor de 67 anos que conserta coisas que achamos que mais ninguém usa: gravadores de voz, fax, máquinas de escrever…; ao rapaz que toca música no metro, à cantora de piano bar…
O dia-a-dia dessas pessoas tornou-se uma galeria chamada One in 8 Milion, que está no site do New York Times. Os conteúdos não têm texto, são só fotografias e o áudio de cada uma dessas pessoas, contando a sua própria história.
Algumas navegações pela net valem realmente a pena, digo-vos!

terça-feira, 16 de junho de 2009

de água na boca


o foodgawker, como o nome em inglês indica, é de nos deixar de água na boca. Ele é uma galeria onde outros blogs e sites de gastronomia postam as suas melhores receitas. Aí, ele fica assim, com essas coisas deliciosas (imagino), pra irmos navegando e ver o que mais deu vontade de comer. É só clicar na foto mais apetitosa que ele abre a receita no site “original”. Nham, nham…

Saudade take 2


Vontade de rever, de ter outra vez, de abraçar outra vez, de beijar outra vez, de viajar outra vez, de sentir outra vez, de correr outra vez, de tudo outra vez. Uma outra vez.
Só se sente saudades do que já se teve; do que já se provou; do que já se sentiu; do que já se experienciou.
Só se sentem saudades de pessoas, de locais, de sabores, de sensações. Ninguém, suponho, tem saudades do que não foi, do que não viveu, do que não viu.
Muitas vezes, a saudade, é um sentimento salutar e bom; a saudade que traz boas recordações, que faz companhia. Outras tantas não, outras dói; a saudade de quem já se foi, e já não volta. Jamais. Neste último caso, a pior saudade surge-nos quando estamos sentados ao lado de alguém que sabemos já não voltar a ter - expoente máximo da dita. Esta má saudade, obriga-nos a um exercício de balanço mental, a uma reflexão sobre o real sentido da nossa vida. Do nosso eu - Pretérito, Presente e Futuro.
Insisto, só sente saudades quem viveu; porque se o viveu, e porque marcou; o bom e o mau. Assim, viva-se.
Viva-se para se sentir saudades.
Sejam elas quais forem.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Adriana Calcanhoto - Oito anos

Porquê?

Filosofia de algibeira, numa manhã de segunda-feira...


Serviria de alguma coisa sair diariamente de casa 10 minutos mais cedo? Seria diferente? Ou ter chegado à vida adulta mais cedo? Ou viver noutro país? Convenhamos, é extraordinariamente cómodo pensarmos que, em determinada altura, optámos por uma realidade desajustada, errada até. Pensarmos que existe uma realidade paralela, mais confortável, que sempre nos acompanhou sem por ela darmos. É um capricho egocêntrico imputar responsabilidades ao que não aconteceu. Partir a conta com quem não se conhece. Pois, não é assim que as coisas se fazem. Sem a nossa presença física nenhuma realidade se satisfaz. Mesmo estando é o que é. Porque ninguém salvaria um amor que tivesse de acabar, como ninguém compreenderia os seus pais se tivesse nascido antes, como ninguém seria são se guardasse memórias da dor.
A realidade não multiplica mas torna uno. Passa tudo pela aceitação, contrariamente à tábua rasa. São confortáveis estes entendimentos. O aceitar das dores em pretérito ajuda-nos a diminuir-lhes a intensidade. Continua tudo possível. As possibilidades não morrem com o tempo. Está-se sempre a tempo. A viagem na felicidade ainda se pode fazer. Sem se questionar, porque as perguntas diminuem a alegria do presente. A nossa história é uma soma de tanto. É uma soma de tudo. Quantas destas horas as passei sem ver? Um terço? Uma década então. Alguma coisa terá ficado pelo caminho, alguma coisa terei perdido. Outra ganho… não sei bem. O que não me lembro posso ainda imaginar. A memória não se contraria. O sonho é poesia. Sonhar, melhor, imaginar é treinar com vontade. E eu, bem, eu sempre treinei melhor do que joguei.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mentes Brilhantes*


Como a inspiração anda em baixa por motivos vários, aqui vai o artigo do Miguel Carvalho, na Visão. Que subscrevo e assino em baixo.

Não sei se já repararam, mas Portugal tem, desde o último domingo, um problema de "ingovernabilidade".. Ao contrário do que seria de supor, o problema de "governabilidade" não é decorrente da hecatombe eleitoral do PS nas "europeias". Ao que parece, nem sequer resulta das trapalhadas em que os socialistas se meteram ao longo deste tempo. Nem - já agora - da identidade que perderam, se é que alguma vez a tiveram. O problema da "ingovernabilidade" muito menos decorre da vitória do PSD nas eleições europeias. Nem da memória do seu registo recente de passagens pelo Governo.
Habituados a considerar "governabilidade" o dois-em-um em que os partidos "do arco do poder" vão gerindo a estafada vidinha pública em Portugal desde os primórdios da democracia, o habitual desfile de comentadores vê o risco de "ingovernabilidade", isso sim, na subida "preocupante" de uma denominada "esquerda radical".
Pela voz de alguns opinadores de serviço - a este respeito, as noites eleitorais são uma visita guiada à variedade da fauna - ficamos, pois, a saber que o facto do Bloco de Esquerda e a CDU terem ultrapassado os 20 por cento de votos é que é potencialmente perigoso para a democracia. A democracia, essa, é que continua a não fazer caso de sondagens e opinadores e lá vai aparentando, pelo menos nos votos expressos, uma aparente tendência para chatear.
Confesso que não sei como pode ser ingovernável algo que ainda não se conhece. Neste capítulo, muitos dos nossos comentadores não se distinguem de um conservador empedernido: preferem um mal que conhecem a um bem desconhecido. Na verdade, passam o tempo a desancar os governos que temos, os partidos que temos, os políticos que temos, os escândalos que temos e a democracia que não temos. Mas na hora em que paira no ar a possibilidade de um novo panorama político condicionar seriamente a paz podre do regime, multiplicam-se os alertas sobre os perigos da "ingovernabilidade".
Quer isto dizer que a "ingovernabilidade" só é capaz de ser uma coisa boa se tiver a aparência de governabilidade. E incluir os habituais protagonistas da chamada "alternância de poder". Governável ou não governável, o País dos nossos opinadores aguenta bem o bloco central de facto ou qualquer conveniência de regime. Pelos vistos, o que não suporta mesmo é ter de lidar com algo que possa estragar o arranjinho mais duradouro da nossa democracia.
Ou muito me engano ou já faltará pouco para ouvirmos falar do risco da estabilidade do regime se as esquerdas continuarem a contrariar nas urnas este conceito de democracia a dois. Uma maçada, isto das insignificâncias se tornarem significantes.
*Miguel Carvalho – Visão 08-06-2009

Pois... também eu...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Films Chicken a la Carte by Ferdinand Dimadura

Synopsis: This film is about the hunger and poverty brought about by Globalization. There are 10,000 people dying everyday due to hunger and malnutrition. This short film shows a forgotten portion of the society. The people who live on the refuse of men to survive. What is inspiring is the hope and spirituality that never left this people.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Às crianças


Hoje, comemora-se o Dia Mundial da Criança. A minha homenagem ao que é, sem sombra de dúvida, o melhor do mundo. Às desaparecidas, às escravizadas, às abusadas, a todas as que não têm oportunidade de serem o que são - crianças. Hoje comemora-se um dia que é todos os dias.
Ou deveria ser.

Despedida LUIS FIGO (Inter v Atalanta) lindo

Vou ter saudades deste piqueno.. ai, ai...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Orgulho de mãe

quinta-feira, 28 de maio de 2009

:: relatividade

Tudo o que sentimos é sempre relativo ao que já vivemos. Simples.
Ver um filme, uma peça, ler um livro a primeira vez é sempre mais forte e inesperado que a segunda ou a terceira. Já conhecemos, já sabemos ao que vamos. O mesmo acontece com tudo o que sentimos, vivemos e partilhamos. As alegrias têm sempre um peso diferente quando já as vivemos algumas (muitas) vezes.
E que o mesmo acontece com as coisas que nos perturbam.
Quem já passou por grandes problemas, dá menos importância às pequenas coisas do dia-a-dia. Já são sopros e não ventos fortes que perturbam... e desvalorizamos, como quem diz: isso não é nada, não dramatizes!!
Mas é preciso compreender que quem nos rodeia, relativamente a nós, pode ainda não ter passado por tais apertos. E o que nos parece mais uma pequena coisa, pode ser uma tempestade para outras pessoas.
Sabendo que a dor e a alegria são sempre relativas. Ao que já vivemos. Simples.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Miguel Esteves Cardoso (sobre gatos, cães e mulheres) *


Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo - mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes.
Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores. Nos vintes, fica-se com a certeza. Nos trintas, aprende-se a disfarçar. Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se. Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim. Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez. Geralmente as três coisas.
Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade - que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando - tem vindo a revelar-se cada vez mais. As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo. Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade. Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar. Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos. Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo os vão levar à escravatura vil.
Isto não é conversa de engate. Mas é a verdade. E é bonita.

08.03.2009, Miguel Esteves Cardoso

*versão para homens com poder de encaixe...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Manuela Moura Fedes

Sobre a polémica "entrevista", uma opinião que partilho. Aqui, neste blog.

Tudo aquilo que nos faz


Aquilo que somos enquanto vivemos, o rasto que afinal deixamos no caminho que outros passos darão. De passagem, numa curta viagem da qual nem podemos presumir uma duração.
Aquilo que damos enquanto amamos, a memória do que fazemos enquanto partilhamos o tempo que acontece em cada momento feliz. Alta voltagem, em cada mensagem inclusa num beijo que nos acelera o coração.
Aquilo que dizemos enquanto podemos, a diferença que podemos fazer entre sorrir ou sofrer no destino de quem se cruza no nosso caminho. Uma miragem, no mesmo horizonte onde nos aguarda a outra margem deste rio que desafiamos com a nossa loucura temerária ou com a passividade de uma alimária enquanto tentamos nadar contra a maré que nos puxa para águas mais fundas onde ficamos sem pé, ou nos empurra para a passividade indesculpável perante a contrariedade inevitável à espreita em cada esquina de uma missão impossível ou de um grande amor.
Aquilo que sabemos, melhor ou pior, e que acumulamos algures num espaço que afinal levamos connosco. A certeza do desgosto na surpresa com que enfrentamos o momento do fim porque sentimos a vida assim, interminável, como uma fonte inesgotável da qual podemos sempre matar a sede amanhã.
Aquilo em que afogamos as mágoas pelos outros, sem aprendermos (nem mesmo aí) a lição.
E um dia descobrimos em muito daquilo que fomos, descontando o que desperdiçamos e o que adiámos para depois, o rasto de tempo a mais investido num erro.
Ou numa enorme (des)ilusão.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

As 15 que me lembrei...


Não sou de correntes blogosféricas, mas como veio de quem veio, e até me deu um certo gozo, aí vão, da minha parte, 15 séries de tv, não serão as melhores de sempre, mas foram da minha infância e adolescência, daí terem o seu "peso" (havia umas séries francesas e inglesas muito boas, mas não lembro os nomes...)

- Speedy Gonzales - Actualmente seria... politicamente incorrecto(?), o rato mexicano a enganar o gato... hã, hã?
- Calimero - Pintaínho que nunca perdeu parte do ovo e se fazia muito de vítima
- Os Waltons - Pobrezinhos mas honradinhos
- Bonanza - Tudo bons rapazes
- A Família Partridge – Achávamos o piqueno que cantava o máximo (chiii)
- Fama - Não perdia um! Grande Leroy...
- Colombo - Aquele inspector feioso, que ninguém dava nada por ele, mas que apanhava sempre os bandidos
- A Balada de Hill Sreet - Polícias amiguinhos...
- Cheers (aquele bar) - Série com muita piada, sobre um bar e seus clientes
- Lassie - Cadela mai linda e esperta!
- Pipi das Meias Altas - Uma menina tão engraçada a falar uma Língua esquisita
- Tudo em Família - Quem não se lembra do reaccionário Archie Banker? Muito bom!
- O Barco do Amor - Piroseira americana que fez muito sucesso
- Star Trek - O início...
- A Ilha da Fantasia - Mais uma piroseira americana que fez muito sucesso, com aquele anão apatetado.

E pronto - missão cumprida.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Das irreversibilidades


Há quem, felizmente, em um determinado momento, se defronta com aquilo que realmente é essencial e imprescindível para si. Um momento qualquer em que as coisas adquirem uma claridade estúpida e encantadora, em que não existe dúvida a não ser sobre quem fomos capazes de achar que éramos até ali. É um momento definitivo, do qual não existe fuga, protesto, disfarce, camuflagem, ignorância, reversão ou piedade.
Daí por diante, ou lutamos pelo essencial imprescindível - que até então nem sonhávamos existente ou possível - ou passamos o resto dos tempos fingindo que o que tínhamos e o que éramos é suficiente.
Há os que mentem bem ou mal para si mesmos, mas não existe quem consiga acreditar que aquele momento nunca existiu.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Descubra as diferenças!


"Nossa Senhora de Fátima pelas ruas de Lisboa e Almada nos 50 anos do Cristo-Rei. Muitos milhares seguindo-a, em oração e adoração. Quinze mil velas e cinco mil terços vendidos em horas. Portugal mudou mesmo?"
Assim se interrogou este Senhor.
Dei por mim a visionar lembranças de infância a preto e branco. E digo que não, não mudou assim tanto...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Facto


90 pessoas apanham a gripe Suína e toda a gente quer usar uma máscara.

Um bilião de pessoas tem SIDA e ninguém quer usar um preservativo

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Basta que sim*


Então o Sócrates vem à Madeira por umas horitas? No fim do mandato e quando já ninguém o pode ver nem pintado? Será que falta algum segredo de Fátima por desvendar?
Não havia necessidadezzzzzzzz...


*Basta que sim = Expressão madeirense que talvez queria dizer "ah sim?" ou talvez não queira dizer absolutamente nada(?)

Prós brasileiros nos entenderem...


"De fato, este meu ato refere-se à não aceitação deste pato com
vista a assassinar a Língua Portuguesa.
Por isso... por não aceitar este pato... também não vou aceitar
ir a esse almoço para comer um arroz de pato...
A esta ora está úmido lá fora... por isso, de fato lá terei de
vestir um fato..."

Recebi esta pérola por email. Para assinar a petição é aqui. Ides, se quiserdes.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tatuagens


Diz a vox populi que tudo o que é bom passa depressa. Permita-me discordar. Tudo o que é bom dura uma vida, agrafa-se em nós, tatua-nos a memória, preenche-nos transbordando.
Ultrapassa-nos.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Smog (Bill Callahan) - Rock Bottom Riser

Só me apetece este som. Assim calminho... preciso.

Quero, mando e posso!


Numa terra de prepotências, o encerramento súbito do Hotel Savoy é sem dúvida, mais uma. Despedimento colectivo para 99 funcionários sem apelo nem agravo. E a saírem pela porta das traseiras. Porque a crise presta-se a tudo legitimar. Surgirá novo projecto megalómano do mister bronco, não se duvide...
A notícia aqui.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pequeno dicionário idiossincrático da memória*


AMIZADE é compartilhar a vida com aqueles que amas, por mais diferentes que eles sejam.
AMOR é quando o resto da tua vida, não te é suficiente para a compartilhares com essa pessoa especial.
ANGÚSTIA é um nó muito bem apertado no meio da tranquilidade.
ANSIEDADE é quando os minutos parecem intermináveis para conseguires o que queres.
ARREPENDIMENTO, é a cicatriz de uma ferida que fazemos em nós mesmos.
CULPA é quando se está convencido que se podia ter feito algo diferente, mas que nem sequer se tentou.
FELICIDADE é um momento que não tem pressa nenhuma.
IMATURIDADE é uma venda para os olhos com a qual nascemos. Quanto mais se vive e mais se sofre, mais cedo se consegue retirá-la. Contudo, há quem, em vez disso, continue a usá-la, chamando-a de «certeza».
INDECISÃO é quando tu sabes muito bem o que queres, mas parece-te que deverias optar por outra coisa.
INTERESSE é um sinal de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
INTUIÇÃO é quando o teu coração dá um salto no futuro e regressa imediatamente.
LUCIDEZ é um acesso de loucura ao contrário.
PAIXÃO é quando, apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e se instala.
PESADELO, é um lugar terrível onde as coisas das quais fugimos até em pensamento nos encontram.
PREOCUPAÇÃO é como uma cola que não deixa sair do teu pensamento aquilo que nem sequer aconteceu.
PRESSENTIMENTO é quando passa pela tua mente o “trailer” de um filme que pode muito bem nem acontecer.
PROXIMIDADE, independentemente da distância, é o que sentimos quando a solidão foi embora.
RAIVA é quando o leão que vive em ti, mostra os seus dentes.
RAZÃO é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e toma o comando.
RECORDAÇÃO é quando, sem autorização, o teu pensamento torna a mostrar um episódio.
SAUDADE é quando o momento tenta fugir da recordação para aparecer novamente e não consegue.
SEGURANÇA é quando a ideia se cansa de procurar e pára.
SENTIMENTO é a língua que o coração usa quando necessita de mandar alguma mensagem.
TRISTEZA é uma mão gigante que aperta o coração.
VERGONHA é um pano preto que tu queres que te cubra naquela hora.
VONTADE é um desejo que nos incentiva a fazer novas descobertas.

* Recebi por email. Não sei quem escreveu. Sei que gostei...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Filosófica e prosopopéica


Em que momento a vida nos ensina que se quisermos algo, se realmente quisermos algo - ou alguém - temos que lutar para isso (frequentemente contra nós mesmos?) Quando é que ficamos a saber que sem nos expormos, sem darmos a cara, sem arriscarmos, sem corrermos riscos, sem abrirmos o peito, sem arriscarmos a tomar uma senhora bordoada na cabeça, não levamos nada além do vulgar? Quando é que nos damos conta que é só porque nos expusemos que tivemos realmente chance? Quando é que aprendemos que nem sempre vamos ouvir NÃO? Quando é que aprendemos que se nos contentamos com o meramente vulgar, vamos ser razoavelmente contentes, mas jamais tremendamente felizes? Quando é que aprendemos que razoavelmente contentes não é suficiente? Quando é tarde demais? «Quando» é tarde demais?