quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Manual Político do Branqueamento de Responsabilides*


"A situação criada aos madeirenses é como uma pessoa estar a fazer uma casa com o dinheiro que tem no banco e, de um dia para outro, o banco lhe tirar esse dinheiro, com o argumento de que não gosta dessa pessoa"Alberto João Jardim

A Região Autónoma da Madeira está perante eleições antecipadas e convém perceber porquê. O mais óbvio seria ler o discurso de quem provocou as eleições antecipadas e perceber o porquê. Segundo este, Alberto João Jardim de nome, Presidente do Governo Regional de cargo, acha que o banco retirou-lhe o dinheiro porque não gostava dele como pessoa. O banco, para quem ainda não percebeu, é o Governo da República, que, segundo palavras do próprio, é liderado por "traumatizados sociais". O que é curioso é que consecutivas direcções desse tal banco avisaram, também consecutivamente, que o banco tinha limitações orçamentais e que esse cliente não podia, novamente consecutivamente, deixar de cumprir as suas obrigações. A anterior ocupante de tal distinto cargo, a gerente do tal banco, Manuela Ferreira Leite de nome, chegou a aprovar uma lei que, perante novo incumprimento deste especial cliente, o financiamento teria que ser reduzido. Antes desta gerente do banco, outros gerentes perdoaram dívidas com base em promessas desse cliente.Então porque é que estamos perante eleições antecipadas? Porque houve um gerente do tal banco que resolveu disciplinar as contas da região e impor a solidariedade nacional na distribuição desses tais financiamentos. Mas a principal razão talvez não seja essa. A dívida directa e indirecta da região, quer através de empréstimos directos, quer através de empréstimos com aval do Governo Regional, quer através de empréstimos de sociedades detidas pelo Governo Regional, quer através de antecipação de receitas pela concessão do património desse mesmo Governo Regional, repito, a dívida directa e indirecta da região atingiu níveis incomportáveis. Perante tal cenário e perante um tal banco que parece pouco permeável a aceitar mais promessas de cumprimento ou a ceder a mais ameaças, o tal cliente do banco só tinha uma saída. Qual era essa saída? Encontrar um bode expiatório para a situação que o próprio criou, ou seja, culpar o gerente do banco pela falência a que levou as suas próprias contas.Como o tal banco tem como accionistas, em parte, os mesmos accionistas que tem o tal cliente endividado, a estratégia é simples, ou seja, o sucesso desta manobra política de ilusionismo só é possível se e só se o tal banco ceder à chantagem do cliente. Será provável? Acho e espero que não...
By: Ricardo (Blogue: Filho do 25 de Abri)

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