quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Circunspecção

Todos e cada um de nós possui, revelando-se numa específica e determinada altura da nossa vida, qualquer coisa de especial. Esta revelação acontece uma única vez, como se de uma chama se tratasse. As pessoas atentas, precavidas, conservam zelosamente essa chama, inflamam-na e usam-na qual porta-estandarte como iluminação-guia no que todos (embora de formas tão diferentes como singulares) chamam viver. Atente-se que, uma vez apagada, muito dificilmente, para não gastar nunca, se volta a acender. Não é por força de riscar fósforos numa caixa molhada que estes se vão acender…
Depois, no escuro, é difícil caminhar no breu. Torna-se insuficiente calcorrear caminhos sozinho. Tornamo-nos pobres à força de pensar nas coisas única e exclusivamente por nossa conta, limitamo-nos gravemente à nossa perspectiva.
Estar sozinho pode tornar-se uma coisa terrivelmente depressiva.
Já para aqui tinha dito que sou muito precavida?

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