segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Life


Há quem tenha horror de pensar no passado. Eu sou disso exemplo, porque já tive. Já não tenho. Claro, hoje sou muito mais feliz do que fui ontem e, com sorte, menos feliz do que serei amanhã. Certo, certo, é que sou um algoritmo de adição. Sou a soma disso tudo. A soma disso tudo que já vivi. A soma de todas as pessoas que passaram pela minha vida. A soma de todos os momentos, bons e maus. Tudo isso está em mim, faz parte de mim. Todas essas vivências foram indispensáveis à construção do que sou hoje. Com o tempo, as coisas mudam (intensamente) o sentido. Tudo muda. Assim, não vale a pena combater o tempo guardando pedaços de memórias que já incorporámos e que, sendo nós, já o não são. Não é preciso esquecermo-nos de nada, mas é obrigatório deixarmo-las ir. Desta forma, e só desta forma, deixamos que coisas novas venham ocupar o lugar das (dessas) velhas. Chama-se higiene mental. Chama-se viver. Porque o essencial fica em nós. E é só desse que precisamos.

Nada mais.

1 comentário:

Anónimo disse...

É exactamente isso, Isa. Profundamente isso.