
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Acerca

dos silêncios.
Os silêncios traduzem muitas vezes o que as palavras não conseguem. Porque não se chega às palavras que se precisa ou porque se não as tem. Há silêncios elegantes que invocam respeitabilidade, como numa homenagem póstuma, e silêncios mal-educados, quando alguém não responde ao seu interlocutor.
Silenciosas são também as certezas. São porque vivem no silêncio. A certeza, quando existe, não precisa de, sejam quais forem os meios, convencer ninguém.
A incredibilidade é, também ela, muda.
O medo, o real, grande e grotesco medo – não um receio – precisa do silêncio. Deste modo, pode continuar ad eternus arrumado na despensa. Esquecido. Inexistente. Ultrapassável.
A tristeza é, também ela, silenciosa. A tristeza profunda e escondida. Aquela que vive nas lágrimas que não se convidam e que nos visitam para partilhar o silêncio.
Também o amor, o verdadeiro, é silencioso. Despe-se na cumplicidade. Veste-se na não necessidade de palavras. No silêncio.
Vivemos nas palavras. Vivemos das palavras. Vivemos, tantas vezes, no barulho.
Esquecemo-nos, outras tantas, do silêncio.
???
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Ponderações
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Tudo bem?

Desistir de cousas quaisquer é, em regra, sempre ou quase, extremamente penoso. Do pensar ao agir, é gasto uma enormidade de tempo. E de energia. Ansiedade. Dúvidas. Incertezas. Fazem todas estas parte da equação.
Será que estou a tomar a decisão correcta?...
Nunca há respostas fáceis a decisões difíceis. Mas, se passaste a infeliz, muda. Conscientemente. Sem medo. Sem pânico. Sem pavor. Vais sentir-te confortado quando perceberes que o que largaste [seja um emprego, um projecto ou um namorado] não te fazia a falta que pensavas. Para algumas pessoas o desistir não é uma opção - entendem-no como uma fraqueza -, para outras não só o é, como o assumem no seu quotidiano, permitindo-se optar, escolher, decidir, fazer o que muito bem entendem. Os que desistem, invariavelmente, são rotulados de fracos. Os espectadores dum desistente pensam: Não teve tomates. Não aguentou a pressão. A conotação é pejorativa. Desistir é covarde. Já optar sugere racionalidade, liberdade de construção e, sobretudo, determinação. Convenhamos, quem desiste ressente-se. Explica-se minuciosamente a quem tampouco lho perguntou. Um simples cumprimento de um conhecido despoleta a necessidade das explicações.
[ - 'tás bom?
- ´Pá, óptimo. Desisti do curso, mas tou a adorar o novo emprego... 'tava farto daquilo... blá blá...]
Um cumprimento de protocolo, solta a anilha da bomba.
O cumprimento 'tás bom? ou tudo bem? é, na generalidade das vezes, mero protocolo ou boa educação. Não pressupõe uma justificação da nossa auto-afirmação. Menos ainda as nossas conclusões acerca das decisões tomadas. Meus amigos, a ânsia de explicações está com quem se explica. Um dos nossos maiores defeitos peca pelas sistemáticas explica/justificações sem se ser instigado a fazê-lo. De onde terá nascido tanta necessidade de o fazer? Compreender-se a verdadeira natureza dos nossos actos, bem como a aceitação dos mesmos, será sempre um passo em frente.
Talvez assim se desista menos e se opte mais.
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Constatações
quarta-feira, 8 de abril de 2009
terça-feira, 7 de abril de 2009
Pinta

Charme. Elegância. Garbo. Decoro. Pundonor. Distinção. Honra. Distinto. Polido. Cortês. Delicado. Civilizado. Bem-educado. Esclarecido. Pinta. Tem Pinta quem se encontra balizado pelas características – quase sinónimos – atrás referidas. Há quem tenha Pinta e há quem não tenha nenhuma. Como se afere? Julgo estar muito ligado à abundância ou falta da mesma, não da abundância monetária mas da falta de integridade, bem entendido. Atente-se a Pinta da senhora que diariamente lava as escadas dos prédios, distribuindo, desdentada, um largo sorriso a todos que por ela passam em contraponto com o novo rico insolente de fato por medida, gel e brilhantina que leva “criada”para o servir no café da esquina. Pois, a Pinta não se vende, menos se compra. Ter Pinta tem direitos registados e é intransmissível. Ter Pinta é marca registada. Quem tem Pinta marca, em qualquer ambiente que seja, pouco importa a quantidade. É das características mais ambíguas que existem, uma vez que é tanto, e ao mesmo tempo, subjectiva e objectiva. O entendimento de cada um promove a subjectividade, a convergência atinge-se nos pontos inquestionáveis. Todos concordam na Pinta de quem por esta se destaca: um sorriso franco, demorado e generoso, arrebatador de encantamento e admiração; um olhar brilhante e magnificente que nos desarma de humildade; na cordialidade de ceder o seu lugar. Ter Pinta são demasiadas coisas. Quem tem Pinta tem temas. Quem tem Pinta tem argumentos. Quem tem Pinta tem ideias que não se obrigam a ser geniais ou factuais, podem até ser disparatadas, mas com certeza defendidas com firmeza, com singularidade. Ter Pinta é imaginar, mais ainda concretizar. Disparatado é não experimentar nenhuma das anteriores. Ter Pinta é, de forma elegante, ser simples, ser despretensiosamente impressivo. Ter Pinta é ser simples.
Simples não combina com vulgar.
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Ponderações
quinta-feira, 2 de abril de 2009
G20


Principais temas de discussão dos dirigentes do G20, que se reúnem em Londres, entre os quais assuntos de tensão, como a regulamentação do sector financeiro, e de consenso, como o aumento dos recursos do FMI.
DESACORDO SOBRE OS REMÉDIOS PARA A RECESSÃO MUNDIAL;
O REFORÇO DA REGULAMENTAÇÃO DO SECTOR FINANCEIRO;
A LUTA CONTRA OS PARAÍSOS FISCAIS;
A REMUNERAÇÃO DOS BANQUEIROS;
O AUMENTO DOS FUNDOS DO FMI PARA AJUDAR OS PAÍSES MAIS FRÁGEIS;
A REJEIÇÃO AOS REFLEXOS PROTECCIONISTAS.
Não me parece que isto vá correr bem...
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