quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tudo bem?


Desistir de cousas quaisquer é, em regra, sempre ou quase, extremamente penoso. Do pensar ao agir, é gasto uma enormidade de tempo. E de energia. Ansiedade. Dúvidas. Incertezas. Fazem todas estas parte da equação.
Será que estou a tomar a decisão correcta?...
Nunca há respostas fáceis a decisões difíceis. Mas, se passaste a infeliz, muda. Conscientemente. Sem medo. Sem pânico. Sem pavor. Vais sentir-te confortado quando perceberes que o que largaste [seja um emprego, um projecto ou um namorado] não te fazia a falta que pensavas. Para algumas pessoas o desistir não é uma opção - entendem-no como uma fraqueza -, para outras não só o é, como o assumem no seu quotidiano, permitindo-se optar, escolher, decidir, fazer o que muito bem entendem. Os que desistem, invariavelmente, são rotulados de fracos. Os espectadores dum desistente pensam: Não teve tomates. Não aguentou a pressão. A conotação é pejorativa. Desistir é covarde. Já optar sugere racionalidade, liberdade de construção e, sobretudo, determinação. Convenhamos, quem desiste ressente-se. Explica-se minuciosamente a quem tampouco lho perguntou. Um simples cumprimento de um conhecido despoleta a necessidade das explicações.
[ - 'tás bom?
- ´Pá, óptimo. Desisti do curso, mas tou a adorar o novo emprego... 'tava farto daquilo... blá blá...]
Um cumprimento de protocolo, solta a anilha da bomba.
O cumprimento 'tás bom? ou tudo bem? é, na generalidade das vezes, mero protocolo ou boa educação. Não pressupõe uma justificação da nossa auto-afirmação. Menos ainda as nossas conclusões acerca das decisões tomadas. Meus amigos, a ânsia de explicações está com quem se explica. Um dos nossos maiores defeitos peca pelas sistemáticas explica/justificações sem se ser instigado a fazê-lo. De onde terá nascido tanta necessidade de o fazer? Compreender-se a verdadeira natureza dos nossos actos, bem como a aceitação dos mesmos, será sempre um passo em frente.
Talvez assim se desista menos e se opte mais.

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